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segunda-feira, abril 09, 2012
Feira do Peixe Vivo em Castanhal-PA - Entrevista com Srº Olivar Magalhães
Posted by Thamyres Vanessa · 0 Comments in this post
Feira do Peixe Vivo em Castanhal -Praça S. Francisco |
A Secretaria de Pesca e Aquicultura do Pará – SEPAQ selou parceria com 26 municípios para participação e realização da Feira do Pescado Popular e para a Feira do Peixe Vivo durante a Semana Santa. Os municípios parceiros são Afuá, Baião, Breves, Barcarena, Belterra, Castanhal, Conceição do Araguaia, Goianésia, Inhangapí, Irituia, Marituba, Moju, Mojuí dos Campos, Limoeiro do Ajuru, Óbidos, Oeiras do Pará, Primavera, Ponta de Pedras, Salinópolis, Santarém, Santa Bárbara, Santa Izabel do Pará, Santa Luzia, Soure, Tucuruí e Vigia.
Em Castanhal, a Feira do Peixe Vivo, neste ano de 2012, completa 15 anos de tradição. Segundo o atual Coordenador de Produção, Srº Olivar Magalhães Filho, engenheiro agrônomo, a feira é o ponto de referência na cidade, onde se trabalha o varejo e atacado.
Entrevista com Srº Olivar Magalhães |
Durante a 15º Feira do Peixe Vivo na cidade de Castanhal, a equipe S.Z.L. conseguiu uma entrevista com o Coordenador de Produção de Castanhal mencionado anteriormente.
Segue abaixo a breve entrevista:
1. Qual a estimativa de peixes de água doce comercializados na Feira do Peixe Vivo de Castanhal no ano de 2011?
A Feira do Peixe Vivo de Castanhal é um ponto de referência para a população. A negociação aqui é feita tanto no atacado como no varejo. No ano de 2011 foram comercializados 42,5 toneladas de peixe de água doce."
2. Com vista nas 42,5 t de peixes negociados no ano de 2011, qual a expectativa de venda para este ano de 2012?
Comercialização dos peixes |
A expectativa é superar o ano de 2011.Já se tem acordado com os produtores da região 83,5 t de peixes de água doce."
3. Quais são as suas considerações em relação a qualidade do peixe ofertado nesta feira?
Piscina com Tambaqui |
Nesta feira do peixe vivo há alguns produtores que são iniciantes no ramo, então ao observar, notei que o peixe que eles estão ofertando está pequeno (1kg a 1,5kg) para o padrão da nossa feira, que fica em torno de 2 kg o tambaqui e 400 g a 500 g a tilápia, peso apreciado pelos clientes."
4. A Feira do Peixe Vivo de Castanhal, Pará é debutante neste ano de 2012. O que você tem a dizer sobre os 15 anos da feira?
Primeiramente eu estou muito satisfeito por nós estarmos fazendo a 15ª Feira do Peixe Vivo, porque nós começamos com apenas 2 produtores no ano de 1997. E também posso dizer que me considero pioneiro, eu e o Srº João Picanço! Nós dois começamos com 2 caixas d’água de brasilite de 1000 litros ao lado do Pão de Queijo, humildemente e, naquele tempo a população não conhecia o peixe de cativeiro. Então por esses motivos eu considero que foi muito difícil nós chegarmos até aqui. Hoje em dia a realidade do peixe de cativeiro mudou! Hoje não é mais necessário promover eventos como esta feira para conseguir vender o pescado de água doce. No entanto, ainda promovemos a feira do peixe vivo em Castanhal porque já é tradição na cidade."
15º Feira do Peixe Vivo em Castanhal-Pa
5. Quantas comunidades estão envolvidas nesta feira do peixe vivo?
As comunidades envolvidas são:Boa Vista,Iracema,3 de Outubro,Cupiúba,Bacuri eKm 12 da estrada Castanhal Curuçá –PA.
6. Para o piscicultor e qualquer outro produtor da área aquícola ingressar na feira do peixe vivo, a fim vender a sua produção, existe algum método de seleção ou algum cadastro?
Não. Essa feira é realizada por produtores e pela Secretaria de Agricultura do Município. Então o produtor que tiver interesse em trazer sua produção para vender na feira, basta procurar a Secretaria de Agricultura Municipal, a qual visitará a propriedade do solicitante para verificar as instalações e condições de cultivo. A feira é aberta!"
7. Com relação ao transporte dos pescados da propriedade do piscicultor até a Feira do Peixe Vivo de Castanhal, houve apoio de órgãos públicos?
Não, infelizmente esse ponto é o que toca na gente. Nós começamos a trabalhar com a aquicultura na região em 1982. O apoio dos órgãos do governo é insignificante para o tamanho da atividade e para a grandeza da comercialização do peixe. Infelizmente...Todo ano o produtor tem aquela expectativa que o governo vai ajudar, vai ajudar e querendo ou não o governo só manda propaganda. O produtor está trabalhando para fazer propaganda para o governo. Isso é a realidade! Porque quem faz a piscicultura é o produtor, não é o governo!"
8. Além deste entrave do transporte e do apoio dos órgãos públicos, existem outras dificuldades?
Existe! Nós temos uma dificuldade muito séria aqui na região: pouquíssimos produtores são regularizados perante a Secretaria do Meio Ambiente. Uma das dificuldades mais sérias vista pelo produtor é a regularização da piscicultura, isto é, a licença operacional que é de difícil acesso na Secretaria do Meio Ambiente."
9. E como proceder para licenciar o empreendimento?
O certo é o produtor se dirigir a Secretaria do Meio Ambiente. Aqui a gente conduz o produtor a EMATER que vai tirar o apenas o CAR (Cadastro Ambiental Rural). No entanto não é tirado a licença operacional. E devido a isso os produtores acabam em escritórios particulares, batendo de frente com custos altos para o seu poder financeiro, inviabilizando a regularização deste produtor.A outorga de propriedade custa R$ 3.000 reais, preço caro para o pequeno produtor. Então a sugestão que já venho dando desde 1982 é que o governo procure fazer a legalização itinerante nas propriedades e fazer esse acompanhamento."
10. Geralmente não existem incentivos de políticas públicas e isso dificulta o trabalho dos piscicultores. Você concorda com este argumento?
Não tem incentivo! O produtor, para vir a participar de uma feira como esta precisa de transporte e mão de obra. Tudo isso ele tem que arcar!E nem apoio em termos de fomento o governo oferece, por exemplo, se o governo chegasse após a essa feira com um pequeno produtor e dissesse: “Seu Manuel eu vou fomentar o alevino para a sua próxima produção.” Já era de grande valia! Mas isso não acontece!"
A piscicultura paraense como um todo ainda necessita de muitas melhorias. A atividade no estado ainda engatinha com pouco auxílio do governo. O estado de Rondônia pode ser considerado um modelo da piscicultura. A ascensão da atividade neste estado se deu por incentivos do governo e por algumas parcerias feitas entre entidades públicas.
Essa receita do sucesso piscícola experimentada por Rondônia pode muito bem funcionar com o Pará que tem tudo para crescer no ramo da aquicultura, visto o seu grande potencial hídrico (água doce, água salobra e água salgada), além da cultura do povo paraense em consumir pescado, o qual geralmente é oriundo da pesca exploratória. Todavia, esta realidade pode mudar.
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